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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A arte de desenvolver talentos identificando competências

Para alguns autores, competência significa o conjunto de qualificações que permite que uma pessoa tenha performance superior em um trabalho ou situação

A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido transformações nos últimos anos. Falar desse assunto é falar de gente, de mentalidade, de inteligência, de ação e pró-ação.

No contexto das empresas, tanto as organizações quanto as pessoas são responsáveis pelo seu desenvolvimento e elas são avaliadas não pelo que fazem no "automático", mas por competências que apresentam em seus trabalhos e relacionamentos.

Para alguns autores, competência significa o conjunto de qualificações que permite que uma pessoa tenha performance superior em um trabalho ou situação.

As pessoas não se destacam mais somente pela atividade que desempenham tecnicamente no seu trabalho, mas no resultado que apresentam proveniente de suas atitudes.

As habilidades de cada pessoa podem ser estimuladas e desenvolvidas com treinamento e desenvolvimento.

Para melhor avaliarmos o desenvolvimento de competências sob a ótica das organizações, vamos analisar a definição estabelecida por Fleury (1999) que é o "saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo".

Quando falamos em transferir conhecimentos, estamos considerando um processo de troca onde organização e indivíduos estabelecem-se lado a lado. A organização transfere seu patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e pessoais, quer na organização ou fora dela. As pessoas, ao desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado entregando resultados em forma de ideias, inovação ou até mesmo melhoria do que já é estabelecido como prática (Dutra 2008).

Então, como estimular a "entrega" das pessoas na organização, o chamado "vestir a camisa"? Ou ainda, como estimular e preparar as pessoas a aplicarem seus conhecimentos técnicos em determinadas situações no ambiente de trabalho?

Comportamentos podem ser estimulados, mas dificilmente administrados pela organização com base somente nas ações de planejar, organizar, dirigir e controlar, pois somente com a vontade das pessoas é que se pode produzir novas atitudes e comportamentos.

As principais ações necessárias para desenvolver o potencial das pessoas nas organizações com base em sua capacidade de entrega são:

- Observar as pessoas na sua individualidade: conhecer o profissional identificando onde ele pode melhorar, e se já está apto para determinada atividade, qual o motivo da não entrega? Quais as ações que devem ser tomadas para que organização e colaborador obtenham juntos melhores resultados?

- Traçar plano de ação: plano de desenvolvimento para o profissional através de treinamentos e metas. Estabelecer objetivos e metas em conjunto com o colaborador, cria-se cumplicidade, desde que sejam plausíveis e estimulantes.

- Efetividade das ações de desenvolvimento: Deve-se avaliar quais os resultados alcançados e identificar as melhorias necessárias com o plano de ação.

Tais ações devem ser tomadas considerando o perfil comportamental de cada profissional, pois cada pessoa reage diferente diante de determinada situação no ambiente de trabalho.

Conhecendo as pessoas, podemos concentrar o desenvolvimento dos pontos fortes delas. Além disso, podem ser utilizados métodos para tornar visíveis os potenciais individuais adormecidos, estimulando as pessoas a identificar suas características que muitas vezes não são vistas por elas.

Veja alguns perfis e características diferentes e sua motivação básica, provenientes do Eneagrama, uma ferramenta de trabalho e autoconhecimento que revela o padrão de comportamento das pessoas:

1- Perfeccionista: Motivação básica - Ser perfeito (ordem): Está sempre em busca da melhor qualidade possível. Senso moral elevado. Sente-se eticamente superior. Protela por medo de cometer erros. Pensa sempre ter razão. Vontade de progredir. Comunicação precisa. Ponto negativo: rígido e exigente. Ponto positivo: determinado e comprometido.

2- Auxiliador: Motivação básica- Ser útil e indispensável (dar ajuda): Valoriza as pessoas, ajuda o outro, tornando-se indispensável para a outra pessoa. Gosta de elogios. Ponto negativo: ingênuo e teimoso. Ponto positivo: carismático e voluntarioso. Grande capacidade de conhecer as pessoas por suas características.

3- Empreendedor: Motivação básica - Ser bem sucedido (empreendedor): Orientação para resultados. Possui autoconfiança, é competitivo, obcecado pela imagem de vencedor e forte capacidade para ligações. Ponto negativo: calculista e manipulador. Ponto positivo: Eficiente e objetivo. Usa as regras para trabalhar de forma adequada.

4- Raciocinador: Motivação básica - Ser especial e único (ter originalidade): Originalidade e criatividade. Espírito crítico. Consideração pelos fatores emocionais e relacionamentos. Ponto negativo: crítico e instável e nunca está satisfeito. Ponto positivo: Sensível e exigente.

5- Observador: Motivação básica - Ser sábio (ter conhecimento): Rigor intelectual. Excelente capacidade lógica. Autonomia no trabalho. É desligado das pessoas, sentimentos e coisas. Ponto negativo: apático e distante. Ponto positivo: analítico e ponderado. Visão estratégica. Deixa as pessoas cientes do seu papel na organização.

6- Questionador: Motivação básica - Ser Leal e protetor (ter segurança): Lealdade com a chefia e organização. Grande capacidade de trabalho em equipe. Na dúvida, o pensamento substitui a ação. Ponto negativo: ansioso e desconfiado, excesso de controle. Pontos positivos: Leal e organizado.

7- Planejador: Motivação básica - Ser Feliz (ter prazer): Alta capacidade de síntese e criatividade. Flexibilidade e boa delegação. Gosto pela autonomia e capacidade para trabalhar sozinho. Tem problemas com compromisso. Ponto negativo: dificuldade para regras e rotina. Ponto positivo: criativo e altamente improvisador.

8- Confrontador: Motivação básica - Ser forte (ter poder): Grande poder de decisão. Forte senso de justiça. Franqueza. Coragem diante das dificuldades. Toma a defesa de si e de amigos, adora uma briga e precisa estar no controle. Ponto negativo: agressivo e autoritário. Ponto positivo: assume grandes desafios. Senso de justiça.

9- Pesquisador: Motivação básica - Ser conciliador (estar em paz): Senso de compromisso e talento para mediação. Aprecia o ambiente pacífico. Pensa antes de agir. Conhece as necessidades alheias melhor do que os outros. Ponto negativo: indeciso e procastinador. Ponto positivo: calmo e flexível. Propõe gestão participativa.

Ao analisar estes perfis, certamente você se identificou com um deles ou ainda, lembrou-se de alguém que você conhece.

O autoconhecimento é um exercício de amadurecimento. Você não escolhe o seu tipo, você se reconhece. A partir desse estágio, o profissional é capaz de aperfeiçoar o que é benéfico e rever valores trabalhando as características menos predominantes. Além disso, torna-se capaz de conhecer as pessoas no ambiente organizacional, sejam elas, chefia, liderados ou colegas afins.

Atenção! Nenhum estilo comportamental é melhor ou pior do que o outro.

Cada pessoa tem o seu próprio dinamismo com potencialidades e limitações, e todos tem potencial de desenvolvimento.

Trabalhe suas características. Desenvolva seus pontos fortes. Monitore suas limitações. Quebre paradigmas. Dessa forma é possível desenvolvermos nossas competências tanto no âmbito organizacional quanto no pessoal.

Luciana Arminda Mourão Veloso - é economista, administradora de empresas há 14 anos e pós – Graduada em Gestão Organizacional e Recursos Humanos. Atualmente é coordenadora administrativa da SONY no Distrito Industrial de Manaus. Especialista em administração de contratos e serviços, adepta ao modelo de Gestão de Pessoas, ministra palestras relacionadas a Recrutamento e Seleção, Liderança, Gestão por Competências, Responsabilidade Social nas organizações, Gestão da Mudança e Gestão do Conhecimento. Dedica-se ao estudo da Gestão do Conhecimento como forma de estratégia Organizacional. 



Fonte: www.administradores.com.br



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