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terça-feira, 26 de março de 2013

O que realmente significa ser um líder “global”?





Hoje em dia, com operações estrangeiras produzindo, geralmente, metade ou mais das receitas e lucros, as empresas precisam de líderes globais que possam trabalhar efetivamente dentro desse contexto. Liderança global requer mais do que apenas colocar o rótulo “global” em alguém cujo domínio inclui trabalhos estrangeiros ou cessionários internacionais os quais os requerimentos de lideranças globais variam significantemente. 

O que significa “Global”?
O primeiro passo é entender o que “global” significa. O conceito é tão amplo que, ao menos que seja cuidadosamente delineado e especificado, pode-se entender diversas coisas. Há também inúmeros níveis variados de exposição global que os indivíduos e organizações vivenciam. 

Um quadro de liderança global pode ajudar a firmar o gerenciamento do desenvolvimento global e do talento de liderança, e não apenas a identificar tarefas e competências requeridas por líderes globais, mas também a criar programas que possibilitem os indivíduos manter e atualizar relações sociais com agentes em diferentes contextos.

Algumas empresas multinacionais começaram a inventar tais programas e seus resultados iniciais apoiam as principais doutrinas do quadro proposto pelo autor.

Gerentes globais se deparam com mais diversidade, mais atividades que ultrapassam fronteiras, mais stakeholders, mais pressão competitiva e volatilidade, maior complexidade e ambiguidade e uma maior necessidade de flexibilidade comportamental e integração. 

Há três dimensões para identificar quem se encaixa e quem não se encaixa na categoria de líder global: contextual, relacional e espaço-temporal. 

Contexto e complexidade
Pesquisas globais sobre liderança concordam que líderes globais são mais influenciados por contexto do que líderes domésticos. A mentalidade familiar e experiente de um líder doméstico pode não acomodar facilmente os desafios do trabalho global.

Entender o contexto é, portanto, essencial. Uma característica chave do contexto – ou do ambiente em que os líderes globais estão inseridos – é a complexidade.

Um recente estudo do IBM de 1.500 CEOs representando 33 indústrias em 60 países os quais reportaram que a complexidade os desafia mais do que qualquer outra variável dos negócios.

De fato, é o nível de complexidade herdado nas responsabilidades internacionais do líder que determinam o grau que deve ter o termo “global” em relação àquele líder. 

Isso significa considerar até que ponto eles estão incorporados em condições de multiplicidade, interdependência, ambiguidade e fluxo os quais produzem um efeito multiplicador. 

Quebra de fronteiras e presença
Ademais da complexidade, os líderes são confrontados por diversos graus no fluxo das funções da ultrapassagem de fronteiras e no trabalho que seus papeis requerem.

Essa dimensão relacional inclui atividades ligadas à tomada de perspectiva, construção de confiança e mediação. Mesmo assim, é o fluxo de informações entre o líder global e os outros agentes no cenário global que constitui o âmago da dimensão do significado de líder global.

A fim de ajudar em tais avaliações, há duas dimensões de fluxo diferentes que podem ser avaliadas: riqueza, ou seja, frequência e alcance de interações; e qualidade, ou seja, a magnitude ou número de canais que o líder global deve utilizar para, proativamente, quebrar fronteiras.

A terceira dimensão que faz um líder “global” é a espaço-temporal da presença. Um grau mais elevado de presença física é relevante ao mesmo tempo em que confronta o líder não apenas com grandes exigências de mobilidade, mas também com uma grande variedade de emoções, desafios interpessoais e imprevisibilidade e ambiguidade social. 

Uma noção mais ampla de liderança global
Líderes globais são, geralmente, retratados como indivíduos que ocupam posições superiores dentro das organizações, porém tal definição exclui o crescente número de pessoas mais abaixo da hierarquia organizacional que estão comprometidas em um trabalho global. 

Liderança global é também, usualmente, um trabalho em equipe onde múltiplos líderes emergem. Consequentemente, o autor sugere que as definições de liderança não sejam limitadas à posição ou autoridade. 

É necessário observar que algumas multinacionais adotaram o desenvolvimento de talentos como um aspecto crítico da liderança e agora avaliam seus líderes em relação a esse ponto de vista bem como aos resultados do desempenho padrão.

Além disso, o “crescimento coletivo” leva para a liderança dimensões e processos que se referem à responsabilidade social corporativa no contexto global.

Incorporar estes aspectos na definição de liderança global ajuda na descrição da presente realidade na qual crescentes números de colaboradores formam parte de uma “comunidade mundial”, ao invés de apenas se referir a executivos em um trabalho que possui “algum âmbito internacional”.

Sebastian Reiche - Professor de Gestão de Pessoas nas Organizações; PhD em Management pela University of Melbourne,mestre e bacharel em Economia e Administraçãopela University of Hannover.


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