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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Comprar o seu próprio espaço de trabalho?


As companhias estão vendo os benefícios de poder envolver mais pessoas em reuniões e projetos em um modelo de escritório virtual




As empresas poderiam  oferecer a seus empregados uma verba para a compra de um computador pessoal e outros equipamentos de trabalho - num  esforço para torná-los capazes de atuar em qualquer local e a qualquer momento, aumentando a produtividade deles,  segundo um estudo recente sobre o futuro do trabalho.

O levantamento da Regus,  provedora de espaços de trabalho flexíveis, e da Unwired,  empresa especializada em futuro do trabalho, afirma ainda que as companhias poderiam até incentivar suas equipes a organizarem os próprios escritórios, criando o espaço de que precisam para ter o melhor rendimento possível. Isso é parte de uma tendência que tem sido chamada no mundo de "compre o seu espaço de trabalho".

A mobilidade está entre as medidas adotadas por organizações de todos os tamanhos e tipos em resposta à necessidade de cortar custos, à demanda crescente dos profissionais por empregos mais flexíveis (especialmente aqueles em início de carreira), às preocupações com sustentabilidade associadas à locomoção e ao uso de energia em grandes edifícios e ao avanço cada vez mais rápido das tecnologia de informação.

Os autores do relatório "VWork: Medindo os benefícios da agilidade no trabalho" se basearam em uma pesquisa feita com 600 líderes de organizações de todo o mundo, bem como em discussões com responsáveis por instalações em algumas das maiores empresas do planeta, para analisar como os negócios estão se tornando mais ágeis. O levantamento destaca uma fórmula chamada de "dividendo de agilidade", usada para medir o sucesso das medidas adotadas em termos de redução dos custos de propriedade, felicidade dos empregados e aumento da produtividade. Além disso, o estudo descreve os estágios pelos quais as organizações possivelmente passarão para se tornarem realmente virtuais.

A idéia de “trabalho virtual”, ou seja, de empregados  trabalhando fora do escritório, não é nova. Mas, até recentemente, era associada ao trabalho em casa ou à "telelocomoção". E não atingia a extensão esperada, principalmente porque, como a pesquisa também mostra, as pessoas não queriam trabalhar em casa. Por outro lado,  os profissionais não desejam se locomover tanto e gostariam de usar o escritório para reuniões e outras ocasiões específicas.

É possível que essa transição ocorra porque as organizações já estão vendo muitos funcionários, como representantes de vendas, trabalharem fora do escritório – com o consequente desperdício de espaço de trabalho. De acordo com o relatório, em um escritório típico, 55% das mesas alocadas não estão ocupadas em quaisquer horários.  Ansiosos por reduzir tais custos, as companhias estão cada vez mais interessadas em fornecer espaços em áreas mais próximas das residências de seus empregados,  onde eles podem trabalhar quando precisam.

Além disso, com os avanços da tecnologia, não há mais os limites que obrigavam as empresas a depender de reuniões presenciais - apesar dos custos com viagem e tempo de trabalho perdido. As companhias estão vendo os benefícios de poder envolver mais pessoas em reuniões e projetos dessa forma. Essa colaboração, por meios das mídias sociais e outras ferramentas digitais, envolverá cada vez mais pessoas em organizações diferentes, levantando mais questões sobre a necessidade contínua de grandes escritórios e forças de trabalho.

Os trabalhadores mais jovens, a geração Y, e aqueles que ainda estão em formação possivelmente ficarão ainda mais entusiasmados com o trabalho virtual. O estudo ressalta que a idéia do espaço de trabalho fixo tradicional enfrentará resistência, prevendo o fortalecimento da tendência do “trabalho Martini”- que, nas palavras do anúncio da bebida, pode feito “a qualquer hora, em qualquer lugar”. Com trabalhadores cada vez mais confiantes de que têm (ou podem conseguir) as ferramentas para trabalhar em qualquer local, haverá "uma fragmentação das regras de escritório e da vida corporativa que se refletirá em um crescimento no trabalho distribuído, tanto por terceirização, como por colaboração".

Michael Turner é Vice-presidente para a América Latina da Regus, empresa líder global em espaços de trabalho flexíveis.


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