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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que você quer ser quando crescer?


Conforme o tempo vai passando, novas experiências são adquiridas, novos conceitos são assimilados e muitas famílias incorporam o papel de destruidoras de sonhos

Às vésperas dos principais vestibulares do país, muitos jovens costumam procurar serviços de orientação profissional para escolher a carreira que seguirão durante suas vidas. Em meio a um turbilhão de dúvidas, um dos principais pontos de reflexão incide sobre como a decisão que farão afetará diretamente sua qualidade de vida.

De início, quando crianças, sonham em ser bombeiros, astronautas, jogadores de futebol, bailarinas. Estimuladas pela família ou baseadas em arquétipos do herói, do invencível, da pureza, essas crianças começam a delinear o seu próprio projeto de vida, imaginando e ilustrando como serão quando crescerem.

Conforme o tempo vai passando, novas experiências são adquiridas, novos conceitos são assimilados e muitas famílias incorporam o papel de destruidoras de sonhos. "Como é que você quer ser bailarina, filha, se não consegue nem abrir um espacate na educação física da escola?". "Músico? Sim, você pode tocar quando quiser. Mas qual será sua profissão?".



Já adolescentes, novas ambições e desejos são constituídos, associados não só à sua própria individualidade, como também à personalidade de seus pais. O pai de Eduardo, por exemplo, é médico e ele gostaria muito que o filho seguisse sua profissão. Além de, na maioria dos casos, ser compensador financeiramente, acredita que a profissão lhe dê status, poder e grande reconhecimento. Mas Eduardo tem pavor a ferimentos, cortes, sangue e, principalmente, à biologia.

Se já não bastasse a angústia e insegurança diante da escolha profissional e da promessa de ter ou não uma carreira de sucesso, esse jovem se depara com um verdadeiro conflito familiar. O pai de Eduardo tem mais do que um sonho para seu filho, já tem o seu destino traçado. O medo de fracassar, de decepcionar as pessoas e de fazer a escolha errada é forte. Como solucionar esse impasse?

Pesquisas apontam os benefícios que programas de orientação profissional podem trazer não só ao jovem indeciso, quanto àquele que já possui certa convicção do caminho que pretende trilhar. Em primeiro lugar, é importante que o jovem conheça suas inclinações profissionais – o que gosta e não gosta de fazer, o que o desafia, o que o motiva, quais são suas habilidades, que tipo de conhecimento gostaria de adquirir, de que forma pretende contribuir com a humanidade.

Eduardo gosta de plantas. Sempre ajudou a cuidar do jardim. Rega, aduba e conversa com elas. É capaz de fazê-las sobreviver quando já estão caídas. Também tem verdadeira paixão por aeromodelos. Projeta, constrói, conserta e se interessa muito sobre seu funcionamento aerodinâmico. Gostar de plantas e ter habilidade em seu manuseio não parecem suficientes para escolher uma carreira como biologia, ainda mais quando não se tem afinidade com ela. Por outro lado, procurar entender a física que possibilita o voo pode ser um indício de inclinação às ciências exatas.

Tendo um pouco mais de clareza e conhecimento sobre si mesmo, o segundo passo é investigar as profissões existentes, os cursos oferecidos pelas universidades e o mercado de trabalho. Muitas profissões surgiram com o avanço tecnológico, envolvendo a urgência pela preservação do planeta, o crescente contingente populacional, o relacionamento familiar e social e o incremento do poder aquisitivo.

Analisar médias salariais, campos de atuação, desenvolvimento de atividades, demandas do mercado e potenciais locais de trabalho nacionais e regionais constituem-se como fatores fundamentais na escolha consciente de uma profissão. E todo esse processo deve ser acompanhado pela família, que não deve atuar de forma autoritária, impondo ao filho um sonho que não é dela, mas também não pode ser negligente, deixando o jovem tomar a decisão que lhe cabe, mas sem apoio algum. À família cabe o papel de facilitar a escolha da carreira pelo jovem, seja oferecendo informações pertinentes sobre o assunto ou proporcionando suporte emocional.

Participando de programas de orientação profissional e sendo amparados por suas famílias, certamente muitos "Eduardos" demonstrarão mais segurança e confiança quando, finalmente, tiverem que decidir o seu futuro profissional. 


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