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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Como será o auge da sua carreira?

8 conselhos para quem quer estar bem aos 30 anos
 
 
Você acabou de se formar na faculdade. Talvez esteja comemorando a efetivação no trabalho ou procurando a primeira experiência depois de formado. Sonha em ser chefe um dia, aposentar-se com um bom salário... Mas você sabe mesmo o que fazer para conseguir isso?

Existem atitudes que você pode tomar desde o começo da carreira para que os seus sonhos sejam cumpridos. Pode-se considerar como a primeira fase importante da vida profissional até por volta dos 30 anos de idade. É quando os planos ficam mais reais. Ou, pelo menos, deveriam. “Até essa idade, o profissional trabalha para aprender. Depois disso, precisa direcionar, com mais firmeza, o rumo da carreira”, afirma Sônia Helena Garcia, diretora executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos. O marco dos 30 anos de idade serve apenas como um parâmetro, que pode ser mais elástico para uns ou mais apertado para outros.

“A carreira executiva, em geral, está definida aos 32 anos. Em outras palavras, é quando você tem que dizer a que veio, se não dificilmente chegará aos cargos mais altos”, afirma Gutemberg de Macêdo, autor do livro Fui contratado! E agora?. Conversamos com consultores de recursos humanos para saber: o que fazer hoje para estar bem aos 30?

1. Rascunhe um plano de carreira para a vida toda – nem que seja só para controlar a ansiedade
Um jovem que acaba de sair da faculdade dificilmente sabe, com precisão, o que quer fazer pelas próximas décadas. Mas os especialistas aconselham: é importante traçar um plano de carreira, ainda que grosseiro. Comece pelo final. Com quantos anos você gostaria de se aposentar? Em qual cargo? Vá fazendo as contas, de forma regressiva, até chegar à idade atual. Faça estimativas de quanto tempo vai precisar em cada passo do processo. “É um exercício para controlar a ansiedade. Ao fazer os cálculos, o jovem se dá conta em que momento da carreira está”, afirma Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half em São Paulo. “Se aos 25 anos, você estiver bem longe do posto de chefia que almeja alcançar aos 30, talvez seja melhor refazer os planos ou mudar a estratégia”, afirma.

2. Ouse e faça apostas, mas com propósito definido e riscos calculados
Apenas um em cada quatro trabalhores brasileiros está na profissão que sempre quis. Essa foi a conclusão de um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Iespe) em parceria com a MCI Marketing. Para evitar que isso aconteça com você, aproveite o início da carreira para arriscar – por exemplo, ter experiências curtas em várias empresas e áreas. É quando o impacto das suas decisões é menor tanto para você quanto para a empresa. Para decidir se muda ou não de emprego, você precisa pensar no que quer hoje e também no futuro. “Às vezes, o jovem está descontente com alguns aspectos do trabalho e quer logo sair. Mas se aquilo está o levando a alcançar os objetivos do plano de carreira, por que pedir demissão?”, diz Mantovani.

Os especialistas acreditam que seja preciso ficar por volta de dois ou três anos na mesma empresa até pular para a próxima oportunidade.

3. Transforme experiências de vida diversas (já que elas ainda não são muitas) em conhecimento aplicável ao trabalho
Tudo o que você fizer na sua vida pode ajudá-lo na carreira, desde que você interprete como aprendizado útil para a função que você exerce ou quer exercer. O trabalho voluntário, por exemplo, pode ensinar sobre liderança e organização a jovens que não teriam esse tipo de responsabilidade numa empresa privada. Até mesmo ter sido demitido do trabalho anterior pode contar como aspecto positivo na próxima entrevista de emprego. Como? “Em vez de esconder, você pode mostra o que aprendeu a partir do convívio com o antigo chefe. Tem que ter humildade para reconhecer no que errou e mostrar como é capaz de aprender”, afirma Paula Leão, diretora da C2 Consultoria. Trabalhar numa função diferente, por um tempo, também vale como aprendizado.

“Você foi caixa de uma loja porque precisava de um dinheiro para pagar o aluguel, por exemplo. Pode ter aprendido muito sobre comércio com isso”, afirma Andrea Huggard-Caine, diretora da consultoria Huggard-Caine.

4. Extraia o melhor de si mesmo e do ambiente de trabalho – crie vínculos reais, relacionamentos, aliados, mentores
O começo da carreira é também o momento de testar – e de aprender com os erros e com os acertos. Começa com pedir a opinião do chefe. “Não é perguntar o tempo todo, mas quando uma tarefa tiver sido concluída. Qual foi o resultado, o que o chefe achou do trabalho. Nunca levando para o lado pessoal”, diz Carlos Eduardo Ribeiro Dias, CEO e sócio da Asap. Dessa forma, você estreita a relação e, quem sabe, ganha um mentor. “São pessoas que vão lhe dar dicas de como conduzir seu trabalho e a carreira toda”, diz Gutemberg. Outra boa oportunidade para aproximar-se dos superiores, afirma, é durante encontros e apresentações de projetos. “Principalmente quando você faz a apresentação, é saindo-se bem que você chama a atenção.”

Se for fazer contatos profissionais fora da empresa, pense que eles não têm finalidade única de indicá-lo em possíveis entrevistas de emprego. Podem agir como mentores também. O famoso ato de “trocar cartões” é condenado pelos especialistas. O conselho da psicológa Bruna Dias, gerente de carreiras da Cia de Talentos, é se relacionar com os contatos de trabalho da mesma forma que na vida pessoal.

“O importante é encontrar o seu estilo de fazer amizades. Precisa ser natural”, afirma. “Assim como na vida pessoal, a escolha das pessoas com quem você vai se relacionar tem de ser definida por afinidade e não por status ou poder.”

5. Continue a estudar, mas deixe de se comportar como um estudante
A mudança de ambiente (da escola para o escritório) pode causar insegurança e irritação no jovem profissional. “Ele percebe que o trabalho bem feito não garante uma promoção ou aumento de salário. Isso gera frustração, porque na escola, o esforço é recompensado pela passagem de ano”, afirma Bruna Dias. Um erro comum, apontado pelos consultores, é fazer intercâmbio ou emendar outro curso com o objetivo principal de prolongar a sensação de ser estudante. “Se for uma questão meramente curricular, a experiência se assemelha a um verniz de baixa qualidade. Confere certo brilho, mas, em pouco tempo, deixa transparecer o caráter superficial”, afirma Hélio Martins, autor do livro Gestão de carreiras na Era do Conhecimento e dono da consultoria AlphaMind.

Se a intenção é aprender, sem preocupação com diploma, vale recorrer a cursos online. Grandes institutos de ensino no mundo todo, incluindo o MIT, oferecem aulas de graça pela internet. Outra ideia para quem acabou de se formar é fazer cursos de curta duração. “Primeiro, era preciso saber o básico da sua área. Depois, começou a ser exigidido o básico da empresa, hoje em dia, espera-se que o profissional vá além, conhecendo assuntos que não tem a ver com o trabalho”, afirma a consultora Andrea. A falsa pressão, de si mesmo ou do mercado, de continuar estudando, pode levar o profissional aos populares MBAs. Se você acabou de se formar, esqueça.

 “São cursos de gestão, que só servem para quem tem experiência como chefe. Só assim o MBA é proveitoso”, afirma Mantovani.

6. Prepare-se para coordenar – como ser um chefe jovem, lidar com a equipe sem ter muita experiência para isso
Pouco mais da metade (58%) dos candidatos que conseguiram uma vaga com a ajuda da consultoria Asap tem menos de 30 anos. A maior parte deles é formada por gerentes (51%), que ficam na frente dos coordenadores (26%) e analistas (23%). É fácil perceber, com base em outras análises também, que os jovens estão ocupando postos de gestão cada vez mais cedo. Mesmo que você tenha acabado de se formar, pode ir se preparando. Comece com o domínio de pelo menos um ponto específico da área que pode vir a chefiar.

“Você precisa ser minimamente admirado por sua competência técnica”, afirma Mantovani. Mas a qualidade mais importante de um gestor tem a ver com comportamento. “Os grandes CEOs se destacam por conseguir lidar com pessoas. Tem de gostar disso”, diz Mantovani. Como saber se você está pronto? Quando estiver ajudando a equipe sem ganhar benefício direto com isso. Logo que assumir o posto de chefe, o primeiro cuidado é o de abandonar hábitos anteriores. “O novo chefe tem que passar menos tempo executando tarefas e mais tempo gerenciando pessoas. Muitos jovens quando viram gestores acham que o importante é continuar entregando bons serviços.

Mas a carga, junto com a gestão, pode ser excessiva”, afirma Bruna. “Algumas pessoas já têm aptidão, habilidade inata para isso, mas, de maneira geral, o líder tem que saber lidar com a diferença, em um contexto de pressão por resultados. Isso é desafiador”, afirma Martins. “É tirar o melhor de cada um e não aquilo que você espera”, afirma Dias, sócio da Asap. Se você estiver bem longe de ter todas essas habilidades e ainda assim for convocado para a posição, mantenha a pose enquanto se dedica com mais afinco a preencher as lacunas de formação e comportamento.

7. Cuidado com os projetos paralelos -- eles merecem carinho, mas é fundamental manter foco e prioridades (algo não muito natural para a geração internet)
Ter ou não projetos pessoais é uma questão que divide os especialistas. Para Irene Azevedo, diretora de negócios da DBM, o jovem precisa ter um plano B, mas que seja algo que lhe dê prazer. “Algo para exercitar outras capacidades que não são aproveitadas, ampliar os horizontes. Não só um plano que lhe dê segurança caso perca o emprego”, afirma. “Todo mundo deveria ter um projeto paralelo em algum momento. Até para testar a si mesmo, saber onde se sai melhor.”

O cuidado é para não ficar sobrecarregado. “Para se dar bem na empresa, você precisa se sentir um empreendedor dentro dela. Como manter o entusiamo se você está dividido entre duas paixões?”, diz Paula, da C2. Se decidir por tocar um projeto pessoal, cuide para que o chefe não se incomode com isso. “Você pode dar a entender que os objetivos da empresa não são os mesmos que o seu”, afirma Paula.

8. Organize sua vida financeira. Quanto mais organizada ela for, menos dependente e refém de um emprego você será
Aqui, o conselho é direto: aproveite o tempo em que tem menos despesas – se comparado à vida em família, com uma casa e filhos para sustentar – para poupar. Gutemberg aconselha que o profissional tenha o equivalente a dois anos de salário guardados ou investidos. “Quem não constrói patrimônio desde cedo restringe sua capacidade de arriscar na profissão”, diz Martins.

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